ISCAS ARTIFICIAIS PARA AMAZÔNIA

Nada como um belo ataque de um grande tucunaré, na isca artificial, para fazer as pernas começarem a tremer e o coração a acelerar. Para chegar a esse momento, é preciso planejamento. Entender um pouco do rio, conhecer os hábitos dos peixes e escolher a isca certa são tarefas primordiais para o sucesso na pescaria. Queremos com essas dicas simplificar esse trabalho baseando-nos nas experiências já vividas, em vários rios na região Amazônica particularmente. Se liga nas dicas e sucesso na sua próxima pescaria.

QUE TIPO DE ISCA LEVAR?
Para melhor classificarmos as iscas, iremos dividi-las conforme a profundidade do seu nado: superfície, subsuperfície, meia-água e profundidade.

ISCAS DE SUPERFÍCIE
Elas são as que proporcionam mais emoção, pois o pescador consegue visualizar a explosão do tucunaré na isca. Porém, exigem mais técnica.

Hélice
Essas são as levantadoras de gigantes. Extremamente eficientes para arrancar os grandes açus lá da pauleira. Normalmente, só pegam peixe grande. Porém, exigem muito do pescador e do equipamento. Visando formar um conjunto bem balanceado para que o trabalho seja mais eficiente, deve-se montar uma vara de ação rápida (uma vara mais dura) de 17 a 25lb, medindo pelo menos 1,68m (5,6 pés), com uma linha multifilamento de pelo menos 50 lb. A opção pela linha de multifilamento se dá por conta da ausência de flexibilidade, o que minimiza o desgaste do peão (pescador). Deve-se trabalhá-la alternando toques mais longos com toques mais curtos de ponta de vara, mas esses toques devem ser realizados de forma rápida. A ideia é levantar muita água. Se o açu não atacar para comer, ataca de raiva por causa do barulho que a isca faz.

Zara
Talvez uma das iscas que exige mais técnica do pescador. Mas também proporciona muita emoção a cada explosão de um bocudo na superfície. Essa isca simula uma presa ferida se deslocando na superfície do rio. O trabalho da zara é o ziguezague. Para fazer esse movimento, é preciso dar toques de ponta de vara, coordenados com o recolhimento. Devem-se variar toques rápidos com toques lentos, dependendo da manha do peixe. Se o peixe estiver mais ativo, faça toques rápidos, mas se estiver manhoso, movimento mais lento.

Stick
Isca artificial de superfície com o equilíbrio diferenciado e flutuação rápida. A sua posição na água é na vertical (em pé), com aproximadamente 1/4 do corpo fora da água. Quando tracionada com toques de ponta de vara, a ação é de um peixe agonizando na superfície. (Nelson Nakamura)
São iscas muito eficientes quando os bocudos estão manhosos. O trabalho deve ser realizado com um toque longo seguido de dois mais curtos. O toque longo faz a isca afundar e os dois curtos a faz “zarar” na subsuperfície.

ISCAS DE SUBSUPERFÍCIE
São iscas que imitam um peixe ferido buscando oxigênio na superfície. Podem ser de flutuação (floating) ou de afundamento lento. As de flutuação têm um papel interessante quando se trata de estrutura, seja de pauleira ou de pedra. Com toques curtos, ela afunda e rapidamente volta à superfície. Dá para tirar os bichos por mais que estejam escondidos. O trabalho sempre deve considerar a atitude do peixe naquele dia. Deverá ter toques curtos e rápidos de ponta de vara se o peixe estiver muito ativo e longos e lentos se estiver mais manhoso.

ISCAS DE MEIA ÁGUA
Essas iscas provocam menos emoção, se comparadas às de superfície, mas é um item indispensável na sua caixa de isca. Tanto no Juma como em qualquer lugar de pesca de tucunaré, poderemos nos deparar com a situação de o peixe somente rebojar na isca de superfície e não querer atacá-la. Nessa situação, o ideal é ter um conjunto montado com uma isca de meia-água para rapidamente arremessar no ponto do rebojo. O sucesso é certo. Apesar de muitos rejeitarem esses tipos de isca, é de suma importância pensar em produtividade. Existem diversas formas de trabalhá-la: recolhimento contínuo, toques curtos seguidos de recolhimento rápido, toques longos. Sugiro variar para avaliar o mais eficiente.

ISCAS DE PROFUNDIDADE
Apesar de existirem outros tipos, falaremos dos jig’s. Para quem não conhece, é aquele anzol com cabeça de chumbo e um penacho ou pluma envolvendo-o. Isca muito produtiva quando o peixe está comendo no fundo do rio. Normalmente, é briga mais forte. Por algum motivo, o peixe fica mais nervoso. NÃO pode faltar na sua caixa de isca. Sigo a sugestão dada pelo Rubinho no site Escola da pesca (Fishtv): Com a vara para cima, dê um toque, uma parada, dê novamente outro toque, e vai seguindo. Outra forma é dando toque para frente e para cima, fazendo com que a isca dê uma caminhada e em seguida uma subida.

-> SUGESTÕES

Tamanhos
Iremos atrás de troféus. Já diziam alguns grandes pescadores: “ isca grande, peixe grande; isca pequena, peixe pequeno”. A frase é simples, mas o que podemos extrair é que iscas pequenas os peixes menores atacam, e eles são sempre mais rápidos que os maiores. Já as iscas maiores eles não se encorajam a atacar, dando tempo de os grandões chegarem. Partindo desse raciocínio, sugerimos iscas de pelo menos 11 cm, exceto as de hélice. Essas deverão ter pelo menos 14 cm. Já os jig’s devem pesar de 15 a 20g com um rabinho extra (stremmer).

Marcas/Modelo
Quero deixar claro que não somos patrocinados por nenhum fabricante, as sugestões são para que você tenha êxito na sua pescaria. Lembrando que a lista de boas iscas não se restringe a essas sugeridas. Os amigos podem muito bem obter sucesso com outras iscas que possivelmente tenham em suas caixas. O que fizemos foi reunir informações de pescadores que obtiveram grande sucesso com essas iscas nas últimas temporadas.

HÉLICE

Rip Holler da High Roller: é uma isca fabricada da madeira, tem um desenho exclusivo que dá mais equilíbrio à isca, fazendo com que ela tenha um deslizar mais uniforme. Sua hélice levanta bastante água para que você levante seu troféu. A isca mais usada na Amazônia.

Iscas de hélice da CCM: dessa marca temos 3 opções para Amazônia Ripper 5.5 que mede 14cm, Ripper 115, medindo 11,5 cm e a Tormenta 135, medindo 13,5 cm. As Ripper são fabricadas na madeira, já a tormenta é fabricada em ABS (uma espécie de plástico) de alto impacto. Essas 3 iscas da CCM vêm obtendo muito sucesso entre os pescadores da Amazônia. Muito equilibrada, facilitando o trabalho. Possui garatéias reforçadas É isca para aguentar as porradas dos grandes açus. 

ZARA

Zig Zara by Nelson Nakamura: Isca fantástica! Essa não pode faltar na sua tralha  Possui um nado errático como poucas. Isca com design, equilíbrio, balanceamento e ratlin desenvolvidos para atrair grandes predadores na superfície, proporcionando ataques memoráveis. Além de ser uma isca extremamente produtiva, tem um preço que cabe em todos os orçamentos. A cor 101 (osso) é a que mais se destaca nas capturas.

Jumpin Minnow T20 da Rebel: Uma isca excelente, desenvolvida para diversas espécies, pois seu trabalho na superfície é polivalente. Dependendo da tração e movimento de munheca, seu trabalho de maior resultado está em recolhimento médio alto com nado em Z saltitante. Pode ser trabalhada como stick ou alternando esses dois trabalhos. Porém, as gateias que vêm nessa isca são de péssima qualidade e deverão ser trocadas. Os amigos deverão tomar o cuidado de realizar a troca por garateias de pesos idênticos para que o trabalho da isca não seja prejudicado. Com o valor de uma isca dessa se compra duas do Nakamura, mas vale cada centavo investido.

Trairão da Imakatsu: Isca muito famosa na Amazônia. Fantástica isca de superfície do tipo Zara (cadencie toques curtos com recolhimento para se ter um autêntico nado em ziguezague totalmente sedutor para os predadores. Você pode alternar a velocidade de recolhimento e a força dos toques para se ter um nado mais agressivo e um ziguezague mais aberto, de acordo com a situação) contando com seu maior diferencial, seu Ratling, que lhe confere um som único, capaz de despertar qualquer predador para ataques explosivos. Muito produtiva e muito cara. Essa não “cabe” em qualquer caixa… se é que me entende.

STICK

Magic Stick by Nelson Nakamura: Isca artificial de superfície com o equilíbrio diferenciado e flutuação rápida. A sua posição na água é na vertical (em pé), com aproximadamente 1/4 do corpo fora da água. Quando tracionada com toques de ponta de vara, a ação é de um peixe agonizando na superfície.

–> Dica do Nelson Nakamura:  
Existem momentos em que o predador apenas acompanha a isca artificial fazendo rebojos, o que acontece quando o predador está inativo e tenta expulsar o intruso de sua área. Neste caso, o melhor é mudar o trabalho da Magic Stick, porque ela é especial e tem o equilíbrio diferenciado e a flutuação rápida. Com a linha bamba de toques seguidos com a ponta de vara, trabalho rápido e o recolhimento lento, a Magic Stick ficará o tempo todo “catimbando”. Até em água parada os ratlins (esferas) entrarão em ação fazendo barulho. A cada toque a boca semi V, que é exclusiva da Magic Stick, dará um estalo, e o predador que naquele momento está inativo atacará a Magic Stick por irritabilidade.

Jumpin Minnow T20 da Rebel: Já apresentada nas iscas do tipo Zara. Para fazer o trabalho stick, é preciso dar toques fortes e rápidos de ponta  de vara. Essa isca desenvolve igualmente bem os dois trabalhos.

Lampstick da Deconto: se destaca pelo fato de apresentar movimentos bastante variáveis. Isso permite ao pescador sempre mudar o seu “nado”, seduzindo uma maior quantidade de peixes, às vezes em um mesmo local de pesca. Uma isca criada recentemente, mas que vem apresentando bons resultados na Amazônia, particularmente em Balbina-AM. A Deconto criou um modelo exclusivo para um grupo de pescadores de Manaus (Amazon Top) que vem testando e aprovando essa isca.

SUBSUPERFÍCIE

Perversa da borboleta: A Isca Perversa é de rápida flutuação e Rattlin barulhento. É indicada para pesca dos médios e grandes tucunarés amazônicos. Muito útil para se pescar perto de estruturas (pedras e pauleira). Ela imita um peixe ferido buscando oxigênio na superfície. Essa não pode faltar.

Curisco by Nelson Nakamura: enquanto a perversa é floating, a Curisco é de afundamento lento (slow sinker). Com essa isca, dá para variar a profundidade do trabalho e assim descobrir onde os bocudos estão atacando.

MEIA-ÁGUA 
Jamais será a primeira opção dos pescadores, mas não vá deixar de pegar peixe por não ter uma isca dessa. Penso que o importante é ter ação. Não se tem muito a falar das iscas de meia-água. Seguem algumas sugestões:

Inna Pro tuned Mariner Sports

 

 

 

 

 

 

 

Borá by Nelson Nakamura:  uma isca meia-água incrível, pois tem flutuação rápida e com isso você pode imprimir vários trabalhos, começando com chamadinhas e alternando como meia–água.

 

 

 

X rap da Rapala

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FUNDO

Jig’s: existem jig’s de várias marcas e modelos. Minha sugestão é que você compre aquele que possua muita pluma e penacho, que, ao ser trabalhado, se apresente volumoso. Com certeza, isso atrairá mais o predador.

 

 

 

Spinner bait: uma isca extremamente útil em condições de pesca mais difíceis.  Não é a que mais agrada o pescador, mas é muito eficiente.